24.10.12

O cobertorzinho

   Então, criamos a fantasia, de que um objeto, talvez o cobertorzinho, a fraldinha ou o ursinho possui vida própria. E assim nos agarramos, numa determinada fase, a este objeto que nos propicia sentir um tanto mais seguros. Quando estamos bebês, na nossa dificuldade de nos sentir separados da mãe, precisamos sentir algo que nos dê a sensação de que ela esteja por ali.
Winnicott  em sua obra nomeia o cobertorzinho de "objeto transicional".

Usamos de “poderes mágicos” na nossa relação com o cobertorzinho, por um bom tempo, até que conseguimos perceber a nossa ilusão e aceitar a realidade. Essa realidade sobre a qual não temos controle e que não podemos modificar por meio da imaginação.

Essa mágica permanece enquanto existir a nossa dificuldade de lidar com o real: “ficar longe de quem cuida de nós.”

Mas, com as brincadeiras e o aprendizado do mundo, vamos crescendo, adolescendo, nos tornando adultos e retendo o poder de criar e adaptar-se às possibilidades do mundo da realidade.

A fantasia é realmente a marca do humano.
Temos esta ferramenta ao nosso alcance.
A fantasia deve surgir. A mágica e o sonho devem permanecer para podermos concretizar no plano físico nossas construções mentais.

Segundo Winnicott, nossa família e a escola têm o dever de nos ajudar a completar essa transição da dependência para a autonomia de modo mais agradável possível, respeitando nosso direito de devanear, imaginar e brincar...permitindo a nossa expressão.