Demoramos muito até aprendermos a tolerar nossa separação física...pois nossa mãe representa segurança.
D. Winnicott observou que na verdade, os bebês não podem existir sem suas mães. A ansiedade da separação é provocada pela verdade literal de que, sem alguém para tomar conta de nós, não sobrevivemos.
É da nossa mãe que podemos suportar
várias coisas: menos o abandono.
Entretanto, somos todos abandonados pela mãe.
Ela nos deixa antes de sermos capazes
de entender que vai voltar.
Ela nos abandona para fazer suas
coisas...estando ausente quando precisamos dela...pois precisamos dela o tempo
todo.
Ela nos abandona para ter sua vida à
parte...e devemos aprender a ter nossa vida particular também.
O que fazer quando ela não está e
precisamos dela?
O que fazemos é
...sobreviver....sobreviver às ausências temporárias. E nestes momentos,
sentimos um temor que podem nos marcar por toda nossa vida.
Nos primeiros anos de nossa infância,
somos privados constantemente da mãe que tanto precisamos. Na verdade, essa
privação é acompanhada de uma dor inimaginável.
A cicatrização é difícil e lenta.
O prejuízo pode ser permanente.
Somente a partir dos três anos, gradualmente,
começamos a compreender que a nossa mãe ausente está sempre retornando e se
encontra viva em outro lugar... e que vai voltar para nós.
Acontece que essa espera pode parecer
interminável. Pode parecer eterna.
Nessa fase da nossa vida, o tempo
possui uma contagem diferente: uma hora parece um dia e de tanto esperar podemos nos agitar, chorar
e gritar ou desistir.
“Será que alguém poderia nos dizer o
que está acontecendo?
Se alguém dizer alguma coisa...pode
ser que a nossa angústia da separação diminua e possamos adormecer novamente para poder crescer.”