24.10.12

Verdadeiro e Falso SELF

    Quando somos pequenininhos, participamos com a nossa mãe de uma verdadeira unidade. 
    Ela nos ajuda a formar nossa mente, fazendo com que este processo seja bem feito, se ela estiver bem. 
    Ao nos dar amor, fornece-nos uma espécie de “energia vital”, que nos faz progredir e amadurecer.
    Winnicott acreditava que a” mãe suficientemente boa” é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência de uma “onipotência.”


O ambiente da nossa infância deve se adaptar adequadamente à nossa vinda, para
formar o nosso verdadeiro self.
Se nossa mãe fica adequada à nossa presença de uma forma suficientemente boa, ela não interfere no nosso desenvolvimento .
Não é nossa mãe que nos molda completamente – nós, pequeninos, temos nossa autonomia, com nossas capacidades inatas de desenvolvimento.
Nossa mãe “assegura” o ponto de referência para que o nosso processo de viver originalmente continue.
A nossa mãe deve funcionar como um “ego-auxiliar” da nossa estrutura.
Se a sustentação exercida por ela for bem sucedida, podemos viver como uma “continuidade existencial”e isso é muito bom.

Mas, no entanto, quando nossa mãe falha e não consegue sustentar essa referência boa, podemos ter uma experiência subjetiva de ameaça, causando um obstáculo no nosso desenvolvimento normal. 
A falta de condições adequadas para nos atender, provoca uma alteração no nosso desenvolvimento.
Pode criar uma “casca” (o falso self) enquanto o nosso “núcleo” (o verdadeiro self) permanece oculto e sem poder se desenvolver. 

O falso self surge pela incapacidade de nossa mãe de interpretar as nossas necessidades diante de nossas manifestações .
Ela coloca as próprias vontades em vez de responder aos nossos desejos.
Ela pode nos submeter ao mando dela.
Nosso acatamento à essas ordens e decisões, faz com que cresçamos repetindo as idéias e comportamentos que são dela.

Podemos levar o resto de nossas vidas para descobrir o que “originalmente” é nosso e o que “parece ser” ,mas não é.

Podemos sentir para sempre, sensações de vazio, futilidade e irrealidade.